Caso Rafael Ramos: Polícia quer perícia de leitura labial para avaliar suposto racismo

Em uma partida de futebol neste sábado (14) entre os times Corinthians e Internacional, pela sexta rodada do Brasileirão, o jogador Rafael Ramos foi acusado de injúria racial contra o atleta Edenilson. A acusação, que parou a partida por cerca de 7 minutos, foi negada por Rafael, preso em flagrante duas horas após o caso, ainda dentro do estádio Beira Rio e solto após o seu time, Corinthians, pagar a fiança de R$ 10 mil.
A acusação, que se baseia em uma suposta fala de Ramos chamando o jogador do Inter de ”macaco” – a qual o acusado nega, afirmando que disse ”mano, caralho” – levará a Polícia Civil de Porto Alegre a solicitar uma perícia de leitura labial do vídeo em que é possível analisar o momento e as falas do indivíduo.
Em seu Instagram, Edenilson se pronuncia dizendo que fica incomodado em chamar a atenção de outra forma que não seja o futebol, mas que foi a primeira vez que algo assim aconteceu com ele. O jogador do Internacional diz que não queria que tudo tivesse tomado a proporção que tomou e que, inclusive, buscou Ramos para que ele assumisse e pedisse desculpas, afirmando que todos erram. Mas, mesmo dando as chances do acusado de se redimir, o mesmo continuou negando.
“Como não veio [o pedido], ele acabou resolvendo dar início à ação penal”, afirmou a delegada do caso para a Folha de S. Paulo.
Em conseguinte, o jogador do Corinthians também publicou em seu Instagram, ressaltando que uma das poucas certezas absolutas que tem em sua vida é que não foi e nem é racista. Após ressaltar que foi se explicar com o seu colega de profissão, declara que espera que o caso tenha servido para que o tema seja novamente levantado que todos possam reafirmar: racismo não.
Em casos de crimes como esse, o presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Irapuã Santana, explica que os depoimentos dos envolvidos e das testemunhas, assim como a perícia de eventuais áudios e imagens costumam ser incluídos no conjunto de indícios do inquérito.
Segundo a Folha, o próprio árbitro da partida foi chamado para depor, o que contribuiu para a decisão da Polícia Civil de prender o acusado em flagrante.
Ambos os times se pronunciaram nas redes sociais e o Corinthians afirma que além de não compactuar com o racismo, o pagamento de fiança não implica admissão de culpa, apenas permite que o atleta que se defenda em liberdade no inquérito.
Rafael responderá ao processo de liberdade, e viajou junto com seu time para a Argentina, onde o enfrentará o Boca Juniors na terça-feira (17).
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