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Cavar um buraco vermelho gigante não faz nada pelas mulheres, diz ativista

Obra “vulva ferida”

Após a obra “vulva ferida”, uma vagina gigante esculpida no agreste pernambucano, a ativista Dapenha se pronunciou sobre a arte.

Designer e ilustradora, a artista criticou a obra e diz que ela “não está fazendo nada pelas mulheres”:

“Uma buceta gigante no meio do mato não vai mudar a opinião das pessoas sobre buceta”.

Leia a opinião da artista, publicada no Twitter, na íntegra:

A buceta gigante no meio do mato:

A gente não precisa trocar o falocentrismo pela buceta – mas sim, ele precisa acabar.

O impacto ambiental nem foi levado em consideração ali.

Todos que trabalharam na obra foram homens e a maioria era negro – construindo uma buceta pra uma branca

Foi uma obra longa e cara e todo esse dinheiro poderia ter ido para causas realmente importantes.

Uma buceta gigante no meio do mato não vai mudar a opinião das pessoas sobre buceta.

Não fizeram nem um clitóris, pra alguém tão apaixonada por buceta como ela eu achei decepcionante.

Falar sobre vulva e vagina é sim importante, para tirar o tabu de conversar sobre e entender nossos corpos, mas precisamos fazer da forma certa.

E cavar um buraco vermelho gigante no chão está longe de ser didático ou inclusivo.

Não está fazendo nada pelas mulheres.

Arte tem o intuito de ser reflexiva, de instigar o pensamento ou só de externar o que a pessoa sente. E tudo que vimos foi uma fixação por buceta de uma mulher endinheirada.

Achei ruim porque o local é inadequado, mal preparado (pra onde vai a água?).

A obra não tá parecendo uma vulva real (mesmo com a interpretação artística faltam elementos).

E resumir uma mulher ao seu genital, além de transfobia, é misoginia.

Só espero que esses homens que trabalharam nessa obra tenham sido devidamente remunerados, pq a gente sabe como é a realidade dos homens negros no Brasil.