Celso Amorim acredita que China pode ajudar mais em negociações entre Rússia e Ucrânia
O ex-chanceler brasileiro Celso Amorim avaliou positivamente as negociações entre a Rússia e a Ucrânia na guerra, mas acredita que outros países, sobretudo a China, poderiam se envolver mais para que o conflito termine o mais rápido possível, disse ele em declarações à Sputniknews.
“Em qualquer negociação deste tipo é necessário multilateralizar um pouco, para dar mais força, penso que talvez um dos países que possa ajudar muito é a China”, disse.
O ex-chanceler acrescentou que “tanto a China, como os países europeus, outros países em desenvolvimento, a própria Turquia [poderiam se envolver mais] isso é bom para solidificar os acordos e dar-lhes credibilidade”.
Amorim disse que é positivo que haja uma negociação porque é “urgente” negociar, e pediu que se chegue a um acordo o mais rápido possível.
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Além da China: E as sanções?
O ex-chanceler criticou as sanções aplicadas pela Europa e EUA contra a Rússia pelo conflito na Ucrânia e expôs suas contradições.
“As sanções são terríveis, as pessoas pensam: a sanção é algo que afetará o banqueiro […] Não, as sanções matam, eu fui presidente de um comitê na ONU sobre o Iraque e vi o mal que se criou ali”, afirmou ele.
Ucrânia ofereceu, nesta terça-feira (29), a adoção de um status de neutralidade em troca de garantias de segurança como parte de um acordo de paz com a Rússia. Isso significa que o país não entraria em uma aliança militar, como a OTAN. E não hospedaria bases militares estrangeiras em seu solo.
O anúncio, feito pelos negociadores ucranianos após uma nova sessão de discussão na Turquia, coincide com a iniciativa de Moscou de reduzir suas atividades militares perto de Kiev.