Cenário de fuga e morte de miliciano ligado a Flávio Bolsonaro traz dúvidas sobre ação policial

De João Pedro Pitombo na Folha de S.Paulo.
Uma fazenda que abriga um parque de vaquejada na Bahia com dezenas de bois e vacas cercados por coqueiros e, a 8 km de lá, um sítio rodeado por casas e pequenos estabelecimentos comerciais foram os dois últimos esconderijos do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, 43, ligado ao senador Flávio Bolsonaro, antes de ser morto no domingo (10) durante operação policial.
O cenário em Esplanada (a 170 km de Salvador) que serviu de abrigo ao ex-capitão do Bope do Rio foi descoberto pela ação conjunta das polícias baiana e fluminense, mas expõe uma série de dúvidas sobre a rede que deu suporte a Adriano e sobre a própria versão oficial da morte dele, que estava foragido havia um ano.
Os esconderijos e a rota de fuga indicam que Adriano recebeu ajuda, mas os donos dos imóveis, um pecuarista e um vereador do PSL, negam vínculo com ele e conhecimento de que se tratava de um miliciano do Rio foragido da polícia.
Segundo a versão oficial, Adriano tinha em sua mão uma pistola austríaca 9 mm e foi baleado após reagir a tiros contra a polícia. O miliciano estava sozinho em um terreno cercado. Nesta segunda (11), moradores disseram à Folha que a ação foi rápida, com barulho de tiros por pouco tempo. A reportagem identificou apenas uma marca de bala dentro da casa, em uma janela de madeira seguindo a trajetória de dentro para fora.
(…)