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Censura: Augusto Aras, PGR, representa contra professor da USP por críticas no Twitter

Procurador-geral da República, Augusto Aras, durante a sessão plenária. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF (20/02/2020)

Neste sábado (15), o jornalista Felipe Recondo, sócio-fundador do JOTA, publicou uma nota em suas redes sociais dizendo que o Procurador-geral da República, Augusto Aras, resolveu representar contra o professor, Conrado Hübner, da USP por críticas no Twitter.

Confira a nota na íntegra abaixo:

Augusto Aras, procurador-geral da República, representou contra o professor Conrado Hübner Mendes na Comissão de Ética da USP. O PGR contesta críticas que Conrado Hübner faz à sua gestão em seu perfil no Twitter e na sua coluna na Folha.

Aras, conforme interlocutores, deve também processar Conrado Hübner Mendes criminalmente – por injúria, calúnia e difamação – em razão de mensagens publicadas nas redes sociais e artigos de opinião publicados na Folha.

Aras diz que as suas críticas a ele feitas “exorbitam da crítica ácida para flertar com o escárnio e a calúnia”. E dá como exemplo uma mensagem publicada em 15/01/2021:

“O Poste Geral da República é um grande fiador de tudo que está acontecendo. Sobretudo da neutralização do controle do MS na pandemia. É gravíssima a omissão e desfaçatez de Aras”, escreveu Conrado Hübner. Comentário que Aras classifica como calúnia.

Outra mensagem que incomodou Aras foi publicada por Conrado Hübner no dia 17 de janeiro. Nesse tuíte, o professor da USP disse que Aras atua como “um servo do presidente” Jair Bolsonaro.

Aras argumenta que Conrado Hübner viola o Código de Ética da USP. Diz Aras que o professor deveria “incentivar o respeito à verdade”, “agir de forma compatível com a moralidade” e não “divulgar informações de maneira sensacionalista, promocional ou inverídica”.

Ao final da petição, assinada por dois advogados, Aras pede que sejam adotadas contra @conradohubner “as providências que o caso enfocado requer”.