CGU demite ex-chefe da Receita que liberou joias para Bolsonaro

A Controladoria-Geral da União demitiu Julio Cesar Vieira Gomes, ex-chefe da Receita Federal, após a conclusão de um processo disciplinar que apontou irregularidades na liberação das joias sauditas apreendidas no fim do governo Bolsonaro.
A decisão saiu no Diário Oficial e confirmou a punição por infrações previstas na Lei nº 8.112. Segundo o documento, a medida ainda impede sua volta ao serviço público federal por cinco anos. A CGU já havia investigado ele anteriormente, e as apurações ganharam força depois que mensagens dele foram interceptadas pela PF em 2024.
No despacho, a comissão responsável afirmou que a demissão ocorre diante da violação de deveres funcionais e de práticas descritas no “art. 117, inciso IX” e nos “incisos II e III do art. 116”. Gomes já havia sido indiciado pela PF por peculato, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa. Ele chegou a pedir demissão da carreira de auditor fiscal em 2023, mas o ato foi revertido por causa da investigação em andamento.
As mensagens recuperadas pela PF mostram a tentativa de Gomes de liberar as joias retidas no aeroporto de Guarulhos. Em dezembro de 2022, ele perguntou ao então ajudante de ordens Mauro Cid: “Avisou o presidente que vamos recuperar os bens?”. Cid respondeu: “Avisei!”. Em fevereiro de 2023, ele voltou a procurar Cid e questionou: “Vai precisar de procuração do Bento Albuquerque. É viável?”.
