China endurece negociação de carne brasileira e deixa autoridades e produtores perplexos

Da Folha
As autoridades brasileiras estão cada vez mais preocupadas com a proibição chinesa da carne bovina do Brasil, que já dura mais de um mês e ameaça dizimar exportações de aproximadamente US$ 4 bilhões por ano (R$ 21,8 bilhões).
Brasília suspendeu voluntariamente os embarques da proteína para a China –seu maior mercado– no início de setembro, após a confirmação de dois casos de doença “atípica” da vaca louca em diversos frigoríficos do país.
Muitos esperavam que Pequim retomasse rapidamente as importações depois que nenhum outro sinal da doença fosse detectado no Brasil. A suspensão, no entanto, se arrasta há quase seis semanas, alimentando uma crescente consternação entre as autoridades brasileiras e seus grandes frigoríficos.
“O Brasil foi totalmente transparente com as autoridades sanitárias chinesas. Temos respondido prontamente a todos os pedidos de informação dirigidos a nós. Além disso, solicitamos uma reunião técnica, ainda não agendada pelas autoridades chinesas, que afirmam estar analisando as informações que enviamos”, disse um funcionário do Ministério da Agricultura. (…)
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Sob Bolsonaro, Brasil registra menor consumo de carne vermelha em 26 anos
Sob o governo Jair Bolsonaro e a gestão econômica de Paulo Guedes, o consumo de carne vermelha pelos brasileiros diminuirá em quase 14% neste ano, se comparado a 2019. A informação é do UOL.
O alimento já acumula alta de 30,7% em 12 meses, segundo o o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além da alta da carne e de outros produtos, o país tem 14,1 milhões de desempregados. O nível de consumo de carne bovina é o menor em 26 anos, de acordo com a série histórica da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), com início em 1996.
Impacto
A alta dos preços também obriga brasileiros a procurar substitutos para a carne. É o caso das famílias que recorrem ao pé, pescoço e miolos de galinha. Comerciantes também sentiram a alta na compra de miojos.
Segundo a professora da faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade de Campinas, Glaucia Pastore, a má alimentação da população aumenta as “possibilidades de doenças virais ou outras crônicas não transmissíveis, como diabetes, cardiopatias, câncer, que se prolongam por toda a vida, impossibilitando de trabalhar”.
Até o final do ano passado, 116,8 milhões de brasileiros viviam em situação de insegurança alimentar. 19 milhões passavam fome, segundo uma pesquisa de rede PENSSAN.