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Cientista brasileiro prevê criação de cérebro humano em laboratório

O cientista e pesquisador brasileiro Alysson Muotri — Foto: Frank Rogozienski / UCSD

O cientista brasileiro Alysson Muotri, radicado na Califórnia, afirmou que a ciência deve criar um cérebro humano em laboratório, e que isso será inevitável. Referência mundial no uso de organoides cerebrais, ele acredita que essas estruturas, já usadas para estudar o autismo e doenças neurodegenerativas, vão atingir complexidade suficiente para pensar. Muotri já enviou minicérebros ao espaço com a NASA e agora tenta realizar pessoalmente os experimentos na Estação Espacial Internacional. Com informações do Globo.

Segundo ele, o avanço dessa pesquisa pode acelerar tratamentos para Alzheimer, Parkinson e outras demências. O modelo, desenvolvido com células reprogramadas geneticamente, já levou à criação de um medicamento aprovado para a síndrome de Rett, uma forma de autismo. Muotri defende que a inteligência artificial com consciência só será possível com estruturas biológicas como os organoides, e que a “inteligência organoide” será usada como ferramenta de computação.

O cientista também reconhece os dilemas éticos do avanço. Ele acredita que, assim como existem regras para testes com animais, haverá protocolos para o uso de minicérebros, incluindo justificativas para criação e descarte. “Com um certo nível de complexidade, o cérebro vai começar a pensar”, afirmou, acrescentando que a consciência gerada por essas estruturas exigirá uma nova abordagem científica e regulatória.