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Cientistas alertam para explosão de tubarões-brancos na costa dos EUA

Tubarão-branco Ripple usa a costa de Nova York para dar à luz — Foto: OCEARCH

Pesquisadores da organização OCEARCH alertaram para um “baby boom” de tubarões-brancos nas costas de Nova York e Nova Jersey (EUA), onde o número de predadores atingiu níveis recordes no último verão. Segundo o biólogo Chris Fischer, fundador da entidade, a região se tornou um grande berçário natural da espécie, o que tem provocado receio entre banhistas e cientistas.

“Vocês estão bem no coração do principal berçário de tubarões-brancos”, afirmou Fischer ao New York Post. “Os filhotes nascem entre maio e junho, e o número de nascimentos vem crescendo ano a ano. Entrar no oceano hoje é o mesmo que adentrar a natureza selvagem em poucos passos.” A OCEARCH descreveu a costa leste como um verdadeiro “safári oceânico”, devido à explosão populacional dos predadores e de outras espécies marinhas.

Os pesquisadores explicam que o aumento atual é resultado de décadas de conservação. Desde os anos 1990, leis ambientais impediram a caça do tubarão-branco, permitindo que a população se recuperasse. Como a espécie leva cerca de 30 anos para atingir a maturidade sexual, as fêmeas adultas estão agora gerando ninhadas de até oito filhotes a cada dois anos, o que explica o crescimento repentino observado.

Apesar do impacto positivo para o equilíbrio ecológico, o fenômeno traz preocupações com segurança pública. A presença crescente de tubarões próximos à costa pode elevar o risco de ataques, especialmente em áreas de banho populares. A OCEARCH alertou que banhistas e surfistas precisam manter distância de regiões com alta atividade de predadores e respeitar as orientações das autoridades costeiras.

Entre os tubarões monitorados está Contender, exemplar considerado o maior já avistado no Atlântico Norte, com mais de 4 metros de comprimento. O animal foi marcado por pesquisadores durante uma expedição e se tornou símbolo do retorno da espécie ao seu habitat natural.

Para Fischer, o fenômeno é uma “grande história de abundância marinha” que revela tanto o sucesso das políticas de conservação quanto os novos desafios de convivência entre humanos e predadores. “Estamos vendo os frutos da proteção iniciada há 30 anos. O oceano está voltando a ser o que era — selvagem, equilibrado e cheio de vida”, concluiu o pesquisador.