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Cientistas brasileiros criam canudo que detecta metanol em bebidas

Mulher bebendo drink com canudo. Foto: ilustração

Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) desenvolveram um canudo que identifica bebidas adulteradas com metanol, alterando sua cor com 97% de eficácia. A inovação, que começou a ser estudada em 2023, ganhou destaque internacional com publicação na revista científica Food Chemistry. O dispositivo oferece um método rápido e acessível para detectar a substância tóxica antes do consumo.

A pesquisa também criou um equipamento que utiliza luz infravermelha para analisar garrafas fechadas. Um software interpreta os dados e identifica adulterações como adição de água ou presença de metanol. Segundo Nadja Oliveira, pró-reitora de pós-graduação da UEPB, “o objetivo é que qualquer pessoa possa identificar rapidamente se a bebida está própria para consumo”.

O desenvolvimento ocorre em um contexto de aumento de intoxicações por metanol no Brasil. O país já registrou 113 notificações em cinco estados e no Distrito Federal, com 11 casos confirmados e outros em investigação. Os estados mais afetados foram São Paulo, Pernambuco, Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul.

O próximo desafio dos pesquisadores é viabilizar a produção em larga escala do canudo e do equipamento de análise. A expectativa é que bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais possam em breve utilizar essa ferramenta para prevenir novas intoxicações, oferecendo maior segurança aos consumidores.