Cientistas desvendam mistério que pode ter salvado o Universo; entenda

Uma nova descoberta feita no Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, pode ajudar a responder uma das questões mais antigas da ciência: por que o Universo existe. Segundo estudo publicado nesta quarta-feira (16/7) na revista Nature, pesquisadores identificaram uma violação sutil na simetria entre matéria e antimatéria, o que pode explicar por que, após o Big Bang, a matéria prevaleceu em vez de ser destruída por sua contraparte.
Pela lógica física, o Big Bang teria gerado quantidades iguais de matéria e antimatéria. Ao entrarem em contato, essas partículas deveriam ter se aniquilado mutuamente, resultando em pura radiação. No entanto, o cosmos como o conhecemos foi formado, o que sempre desafiou explicações. A nova evidência de violação de CP (carga e paridade) em bárions — partículas como prótons e nêutrons — representa um avanço inédito. Até então, esse tipo de assimetria havia sido observado apenas em mésons, que são menos frequentes.
Os cientistas analisaram 80 mil eventos de decaimento de partículas entre 2011 e 2018 e detectaram uma diferença de 2,5% entre os padrões de matéria e antimatéria. Esse dado mostra que partículas de antimatéria tendem a desaparecer mais rapidamente, acumulando menos carga. “Isso mostra que as leis fundamentais da física tratam matéria e antimatéria de modo desigual”, afirmou Xueting Yang, um dos líderes do experimento.
Embora a diferença observada ainda seja pequena demais para justificar a existência total do Universo, os pesquisadores acreditam que há outras forças ou partículas desconhecidas envolvidas. A descoberta, no entanto, abre novos caminhos para a física de partículas e para a compreensão das origens do cosmos, podendo revelar por que existe algo em vez de nada.