Cientistas políticos avaliam que Boulos saiu mais forte da eleição apesar da derrota

Do Sputnik:
Com quase 100% das urnas apuradas, o atual prefeito de São Paulo obteve 59,38% dos votos (3.168.857), conquistando a reeleição, enquanto o candidato do PSOL teve 40,62% (2.167.955 ). Para a cientista política Alessandra Maia Terra de Faria, a vitória do candidato do PSOL era muito difícil, pois eleger um novo quadro contra um rival que tenta a reeleição é historicamente difícil: “Existe uma certa tendência da máquina funcionar a favor de quem está no poder”, ponderou.
Ao mesmo tempo, ela avalia que Boulos “entra definitivamente na cena nacional como um quadro progressista, que veio para ficar”. Segundo a professora da PUC-Rio e da UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), o político “fala muito bem” e traz “uma moderação que está em consoante com expectativa que existe hoje de forma difusa na sociedade”. “São Paulo espelha esse momento. A ideia de que as pessoas estão insatisfeitas com o bolsonarismo e, por outro lado, almejam alguém disposto ao diálogo, a sentar com os mais diversos pontos de vista para tentar costurar soluções políticas. Vejo essa habilidade e carisma no Boulos”, disse a especialista. (…)
Gurgel enxerga em Boulos alguém com um forte discurso de classe, ao contrário da imagem do PSOL, mais colada em movimentos identitários. Ao mesmo tempo, vê o político como alguém capaz de sanar, segundo ela, um problema enfrentado tanto por esquerda como direita. “Ele pode ser um nome que resolve uma crise generalizada no Brasil, na direita e na esquerda, que é uma crise de quadros, de nomes que podem assumir a tarefa de ser porta-voz de um projeto social”, disse a professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
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