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Cimi diz que 53 índios foram mortos em 2013 e aponta omissão do governo

O assassinato do jovem de 15 anos Adenilson Barbosa, do povo Guarani-Kaiowá, cometido por um fazendeiro em Mato Grosso do Sul, em fevereiro de 2013, foi um dos 53 casos de assassinatos de índios no último ano, destaca o relatório anual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre violência contra povos indígenas no Brasil.

No relatório divulgado nesta quinta-feira (17/07), o Cimi aponta uma omissão do governo e a paralisação no processo de demarcação de terras indígenas como responsáveis pela violência.
“O problema central em 2013 foi a decisão do governo de paralisar os procedimentos de demarcação em todas as terras indígenas. Esse fato gerou, em âmbito nacional, uma reação de setores que fazem oposição aos índios, especialmente os ruralistas, e isso causou impactos muito fortes nas regiões onde há luta por terra”, afirma Roberto Antonio Liebgott, um dos autores do documento.

No ano passado, apenas um território indígena foi homologado pelo governo federal. A média de homologações durante o período do governo Dilma Rousseff foi a mais baixa entre os últimos três presidentes, ficando em 3,6 ao ano. Durante o governo Lula (2003 a 2010) ela foi de dez ao ano, e durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), de 18.

Segundo o Cimi, das 1.047 terras indígenas reivindicadas atualmente apenas 38% estão regularizadas, 30% estão em processo de regularização e em 32% ainda não foi iniciado o procedimento de demarcação. A grande maioria (98,75%) dos territórios regularizados fica na Amazônia Legal, onde vivem apenas pouco mais de 300 mil dos mais de 890 mil índios no país.
Violência armada

O relatório revelou que 33 dos 53 casos de assassinatos registrados em 2013 aconteceram em Mato Grosso do Sul e 31 ocorrências foram contra o povo guaranis kaiowás.

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