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Ciro Gomes diz que não votaria em Lula: ‘viajaria a Paris no 2º turno com mais convicção; PT nunca mais’

Ciro Gomes e Lula Miguel Schincariol/ Carl de Souza/ AFP

Paulo Cappelli entrevistou Ciro Gomes no Globo.

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Em setembro, o senhor e Lula se encontraram no Instituto Lula. Muita gente teve a impressão de que haveria uma reaproximação…

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Foi nosso último encontro. Depois, nem por telefone. Naquela ocasião, estava um extremo azedume entre as nossas militâncias. E o Camilo Santana fez esforço enorme para unificar. Achei que devia colaborar. Mas Lula virou uma pessoa que, o que diz de manhã, já não serve de tarde. Está tomado de ódio. Tudo o que domina Lula hoje é a vontade de se vingar. Lula tem cinismo. A gente faz monitoramento de rede. Eles continuam atacando a mim e a outras pessoas na blogosfera. Lula dá a ordem, eles fazem. Se existe gabinete do ódio com Bolsonaro, com o PT é igualzinho.

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Essa subida no tom da sua parte não inviabilizaria o eventual apoio do PT ao senhor caso vá para o segundo turno contra um candidato que não seja Lula?

O lulopetista fanático não me apoiará. Prefere Bolsonaro. E falo isso como alguém que foi contra o golpe de Estado contra Dilma, apesar de ela ter desastrado o país. No Senado, Renan Calheiros e Eunício Oliveira apoiaram o impeachment. Aí, eu parto para cima dessa gente. E, um ano depois, lá está Lula agarrado a eles. E ainda tem quem ache que devo alguma coisa ao PT. Nunca mais faço aliança com eles.

Em 2018, muitos na esquerda o criticaram por viajar para Paris no segundo turno da eleição, em vez de declarar apoio a Haddad contra Bolsonaro. O senhor se arrepende disso?

Pelo contrário. Eu faria hoje com muito mais convicção. Em 2018, fiz com grande angústia. Aquela eleição já estava perdida. Mesmo somando meus votos com os do Haddad, não alcançaríamos Bolsonaro. Lula mentiu para o povo dizendo que era candidato quando todos sabiam que não seria. Manipulou até 22 dias antes da eleição, deixando parte da população excitada.

Em caso de segundo turno entre Bolsonaro e Lula em 2022, vai para Paris de novo?

Como brasileiros não podem viajar para a França pela pandemia, nesse caso vou para Tonga da Mironga do Kabuleté (referência à música de Vinicius de Moraes e Toquinho).

Defina Bolsonaro, Doria, Mandetta, Huck e Lula em uma palavra ou expressão para cada.

Genocida. Não conhece o Brasil. Bem intencionado. Animador de auditório. Ególatra.

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