PGR pede ao STF que arquive investigação contra Ciro Nogueira após PF apontar crimes

Foto: Reprodução
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, que o inquérito que apurava um possível recebimento de propina do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), seja arquivado. O membro do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) é acusado de ter recebido dinheiro ilícito do grupo J&F e cometer crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A manifestação assinada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, diz que não há indícios que comprovem a atuação de Nogueira no caso. O posicionamento dela vai na contramão do relatório feito pela Polícia Federal divulgado no mês passado.
“Não havendo a comprovação sobre a existência de eventual acerto da quantia de R$ 8 milhões com CIRO NOGUEIRA”, afirma a PGR. “Perde força a narrativa de que teria ocorrido um pagamento no valor de R$ 500 mil como parte do acerto financeiro supostamente feito quase um ano antes”, completa.
Lindôra relata ainda que todas as providências feitas pela PGR e autorizadas pelo STF foram obedecidas. “Não havendo mais linha investigativa a se seguir”, aponta.
“Desse modo, forçoso reconhecer que a apuração não reuniu suporte probatório mínimo (justa causa em sentido estrito) que ampare o oferecimento de denúncia em desfavor do parlamentar federal investigado”, acrescenta..
Ciro Nogueira e a acusação
Em abril, a PF apresentou ao Supremo que Nogueira teria recebido propina do grupo J&F e cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os policiais federais ainda relataram que Joesley prometeu pagar uma quantia indevida, no valor de R$ 8 milhões. “Ciro aceitou a proposta”, relata o documento.
O ministro da Casa Civil negou a acusação.