Cirurgia para mudar a cor dos olhos vira moda; conheça os riscos

Recentemente, a mudança de cor dos olhos por meio de cirurgia, conhecida como ceratopigmentação ou “tatuagem da córnea”, ganhou popularidade, principalmente após a exposição das influenciadoras Andressa Urach e Maya Massafera nas redes sociais. Ambas realizaram o procedimento na França, que consiste em injetar pigmento na córnea para modificar a coloração da íris. No entanto, o procedimento, que pode parecer inofensivo para quem busca alterar a cor dos olhos, é desaconselhado por médicos devido aos riscos à visão.

O oftalmologista Emerson Fernandes e Castro, do Hospital Sírio-Libanês, explica que a ceratopigmentação envolve a criação de micromachucados na córnea, o que pode resultar em dor, inflamação e aumentar a vulnerabilidade a infecções bacterianas e fúngicas. Uma das complicações mais graves é a infecção ocular, que, em casos extremos, pode levar à perda da visão. Além disso, a córnea, por ser avascular, tem um sistema imunológico limitado, dificultando a resposta a esses danos.

Apesar dos riscos, a técnica continua sendo oferecida por clínicas especializadas, como a New Vision, na França, que utiliza um método a laser chamado FLAAK para realizar a ceratopigmentação. Os sintomas pós-operatórios incluem dor leve a moderada, fotofobia e desconforto visual, mas complicações como a perda progressiva de visão ou secreção purulenta indicam uma possível infecção. Especialistas alertam para os danos a longo prazo, como a dificuldade de examinar o fundo ocular, o que torna a ceratopigmentação uma escolha arriscada para quem deseja modificar a cor dos olhos.

Em resposta a esse procedimento estético, médicos recomendam alternativas mais seguras, como o uso de lentes de contato coloridas, que oferecem um resultado semelhante sem os riscos associados a intervenções cirúrgicas invasivas. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) alertam para a realização de ceratopigmentação somente em casos específicos de lesões na córnea, e não como uma escolha estética em olhos saudáveis.