Coca-Cola, Itaú e outras marcas cortam campanhas com YouTuber Cocielo, acusado de racismo
Reportagem de Luiz Gustavo Pacete no Meio e Mensagem.
Um post publicado pelo youtuber Júlio Cocielo, na manhã do sábado, 30, foi um dos temas de maior repercussão durante o final de semana nas redes sociais, principalmente no Twitter. Durante a partida entre França e Argentina, pela Copa da Rússia, Cocielo fez um comentário considerado racista pela audiência em relação ao jogador francês Kylian Mbappé. Apagado posteriormente, o post dizia: “mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein.”
No fim da tarde, quando o tema já havia ganhado repercussão e posts antigos de Cocielo haviam sido resgatados por internautas, ele apagou toda sua timeline no Twitter, e se manifestou oficialmente sobre o assunto, pedindo desculpas. “Cara, como eu falava merda. Na época esses comentários infelizes tinham uma interpretação totalmente diferente de hoje, um momento delicado. Não existe justificativa, isso fez eu me sentir muito mal só de imaginar ter sido uma pessoa escrota. Nunca mais se repetirá! Peço desculpas publicamente por ter ofendido inúmeras pessoas”, escreveu em seu Twitter.
Vários usuários de redes sociais marcaram empresas, que possuíram ou possuem relação com ele, como Coca-Cola, Submarino, Itaú e Adidas cobrando um posicionamento. Cocielo também já foi garoto-propaganda de McDonald’s, Foster, Gillette, Tic-Tac e outras. Em um post publicado na noite deste domingo, 1º de julho, o site Submarino afirmou que “repudia veementemente qualquer manifestação racista e que tomará as providências necessárias.” De acordo com o último levantamento do Google, publicado por Meio & Mensagem, Cocielo aparece entre as dez personalidades de vídeo que mais influenciam os jovens, junto a nomes como Flavia Calina, Felipe Castanhari e Felipe Neto.
Em nota enviada ao Meio & Mensagem, a Coca-Cola, que contou com Cocielo durante as Olimpíadas de 2016 como garoto-propaganda, afirmou que não possui mais nenhuma ligação com o youtuber e que não tem planos para qualquer futura parceria. “O respeito à diversidade é um dos principais valores da nossa companhia, em nossas campanhas celebramos as diferenças e promovemos a união. Manifestações preconceituosas não são toleradas. Repudiamos qualquer forma de racismo, machismo, misoginia ou homofobia”, diz a nota. Em comunicado, o Itaú afirmou que “repudia toda e qualquer forma de discriminação e preconceito. Esperamos que o respeito à diversidade sempre prevaleça.” O banco exibiu até o sábado, 30, um vídeo para a Copa que aparecia Cocielo e que já foi substituído.
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