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Coletivo quer incluir saúde negra nos cursos de Medicina

Negros na Medicina. (michaeljung/Thinstock/)

De Gonçalo Junior no Estado de S.Paulo.

Estudantes e profissionais negros organizaram um movimento para promover a diversidade étnica e racial na Medicina brasileira. Criado em 2015, o Coletivo NegreX tem atuação política e profissional nas áreas da saúde e educação. O nome do grupo vem da união do termo “negre”, “negro” sem especificação de gênero, com o “x”, em homenagem ao líder americano Malcolm X.

Uma das ações do grupo é buscar mudanças no currículo médico. Desde 2016, a saúde da população negra foi incorporada às aulas da Universidade Federal Fluminense (UFF). Por iniciativa própria, professores cedem aulas para membros do NegreX discutirem racismo e a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. O mesmo ocorre na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Os temas ainda não foram incorporados oficialmente.

Outra ação importante foi a criação de uma frente de articulação com professores e alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O coletivo trabalha, ainda, pela formação dos alunos no movimento estudantil e na organização de simpósios. “A formação precisa estar relacionada à saúde da população negra, estimulando o debate. Também é importante acolher e fortalecer as pessoas. O ambiente acadêmico e de trabalho pode se tornar hostil”, diz a médica Monique França, cofundadora do coletivo de negros e negras na Medicina.

O crescimento do grupo espelha o avanço dos negros nos cursos. Em 2015, a primeira reunião teve 12 pessoas. Dois anos depois, eram 300; hoje são 500 médicos e estudantes, no Brasil e no exterior. O grupo atua pelas redes sociais, com fóruns no Facebook e grupos no WhatsApp. Os encontros presenciais foram suspensos na pandemia. 

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