Com aprovação em queda, Bolsonaro vai investir na pauta de costumes

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Com a aprovação do presidente Jair Bolsonaro em queda, integrantes do governo traçaram um plano para reduzir a pressão provocada pela condução problemática na pandemia e tirar o Palácio do Planalto da defensiva — um representante do primeiro escalão definiu o momento como o de “levantar voo”. Este grupo avalia que, para mobilizar a militância, é necessário levar adiante pautas ligadas à agenda dos costumes, como o ensino domiciliar, e a temas relevantes para setores do bolsonarismo, como a flexibilização do porte de armas, o direito de andar armado na rua (…).
De acordo com o Datafolha, o índice dos que consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo passou de 32% para 40% no intervalo de um mês.
Auxiliares do presidente avaliam que as eventuais eleições de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado, aliados do Executivo, obrigarão Bolsonaro a se dedicar a uma agenda de reformas e privatizações, visto que não poderá mais atribuir insucessos ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Uma reforma ministerial também é defendida para que Bolsonaro consiga reorganizar a casa e dar um novo gás à sua gestão. A avaliação do grupo político que se aproximou do presidente é que o excesso de militares trava o andamento do governo.
Também é considerado essencial que se consiga dar fluxo à vacinação contra a Covid-19. A despeito das declarações do presidente desde o início da crise sanitária minimizando a doença, auxiliares acreditam que é possível reverter a imagem de que Bolsonaro foi displicente à medida que o número de pessoas vacinadas aumentar, e a pandemia arrefecer.
De acordo com interlocutores do Planalto, o presidente também deverá retomar o discurso do combate à corrupção. A avaliação é que, com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, esta bandeira foi deixada de lado.
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