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Com aval de Bolsonaro, desmatamento, garimpo e violência crescem na Amazônia

Sobe as taxas de desmatamento, garimpo e violência crescem com o aval de Bolsonaro
Parte da floresta amazônica desmatada
Foto: Carlos Fabal

O caso do assassinato de Dom e Phillips trouxe à tona, internacionalmente, os problemas enfrentados pela Amazônia. As diferentes formas hoje usadas para destruir a porção brasileira da maior floresta tropical do planeta são diretamente fomentadas pelo governo Bolsonaro.

De acordo com pesquisadores de vários campos da ciência, a posição do Estado brasileiro provoca a destruição tanto ambiental como humana, principalmente dos povos indígenas, na região amazônica.

Em relação ao desmatamento, dentre os estados da chamada Amazônia Legal, apenas o Amapá registrou queda durante o governo Bolsonaro. Já o restante dos estados (Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), entre os anos de 2018 (ano antes do início do governo Bolsonaro) e 2021, houve alta no desflorestamento da região.

Por exemplo, em 2018, de acordo com Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). foram registradas a perda de 7.536 km² de vegetação. Já em 2021, o desmatamento chegou a 13.038 km², um crescimento de 73% no período. O índice é o pior desde 2006.

Apenas no ano passado, a área desmatada foi maior que 8 vezes a cidade de São Paulo. Segundo os especialistas, a realidade é preocupante já que a tendência da última queda foi de redução.

“No atual governo a gente começou a ver uma guinada no desmatamento na Amazônia. Essa guinada já reflete, na verdade, todos os discursos que ele [Bolsonaro] fez para se eleger. Com o começo do governo, isso se concretizou”, afirmou Larissa Rodrigues, gerente de portfólio do Instituto Escolhas.

O garimpo ilegal é um dos grandes motivos também do desmatamento no território amazônico. De acordo com o Inpe, o desmatamento provocado pela mineração na Amazônia pulou de 18 km² em 2015 para 121 km², quase sete vezes mais.

Esse levantamento é preocupante principalmente para as comunidades de povos nativos que são diretamente afetadas, ainda mais pelas constantes investidas do poder público, como a recente tese do Marco Temporal.

Segundo a antropóloga Leila Saraiva, doutora pela Universidade de Brasília e assessora política do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), o governo hoje enxerga os povos indígenas como obstáculos. “Para o governo, o meio ambiente e os povos indígenas são obstáculos. Eles atrapalham o projeto político e econômico que se quer implementar a todo custo, independente dos estragos que isso cause para o Brasil e para o mundo”, disse.

Além disso, nos últimos dez anos, de 2012 a 2021, a Amazônia concentrou mais de 70% das mortes por conflitos fundiários no país. Segundo um levantamento da CPT (Comissão Pastoral da Terra), pelo menos 313 pessoas perderam a vida em disputas por terra na região. Os grupos mais vitimados, segundo os mesmos dados, foram povos indígenas (26% dos assassinados) e quilombolas (17%).

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