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Com chances de perder as eleições no 1º turno, governo Bolsonaro é tomado por desespero

Bolsonaro quer aumentar Auxílio Brasil e vale-caminhoneiro
Presidente Jair Bolsonaro
Foto: Alan Marques

Uma possível vitória, ainda no 1º turno, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido motivo de pessimismo dos aliados de Jair Bolsonaro (PL). Como atual cenário a maior preocupação tem sido levar a disputa para o 2º turno.

No Palácio do Planalto usa-se uma metáfora: a candidatura à reeleição de Bolsonaro é um barco à deriva e é preciso encontrar uma ilha para ancorar. A ilha, neste caso, é justamente chegar ao 2º turno. Aliados do presidente consideram que, neste caso, a disputa volta a um patamar razoável de igualdade e o cenário pode se alterar a favor do atual chefe do Executivo.

Das últimas 6 pesquisas eleitorais, 5 mostram a possibilidade de Lula vencer já em 2 de outubro. Em 2 estudos – Quaest e Datafolha – Lula vence fora da margem de erro já no 1º turno.  Outros 3 estudos – XP/Ipespe, FSB e PoderData – indicam empate técnico entre as intenções de voto de Lula com a soma dos percentuais dos demais pré-candidatos, dentro da margem de erro. No Paraná Pesquisas, a distância é maior e haveria 2º turno.

Outro fator que preocupa o atual presidente é a memória que o eleitor tem dos anos de governo Lula. A campanha do petista está explorando exatamente os programas de combate à fome e à extrema pobreza desenvolvidos pelo petista enquanto esteve no comando do Palácio do Planalto (2003-2010). 

Na avaliação de aliados, faltou sensibilidade ao governo, que demorou a tomar medidas para mitigar o impacto da inflação entre os eleitores mais pobres. De acordo com pesquisa PoderData, realizada de 19 a 21 de junho de 2022, 47% dos eleitores que têm renda familiar de até 2 salários mínimos votam em Lula. Esta faixa é vital para quem deseja ter sucesso numa disputa presidencial, já que atualmente 46% dos eleitores está nessa faixa dos mais pobres.

pesquisa PoderData mostrou que Lula tem 45% das intenções de voto entre os eleitores que declaram ter recebido alguma parcela no último mês do Auxílio Brasil, programa criado por Bolsonaro para substituir o Bolsa Família. Já Bolsonaro, tem o apoio de 28% dos beneficiários. 

Com a tentativa de conquistar o eleitorado mais pobres, o governo Bolsonaro tem adotado algumas medidas como a permissão da renegociação de dívidas do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e liberou o saque extraordinário de R$ 1.000 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Nada teve o efeito desejado até o momento.

Além disso, com o aumento do número de brasileiros que hoje usam lenha para cozinhar, o governo agora pretende aumentar a frequência com que paga o chamado vale-gás. Atualmente, o auxílio é de R$ 53 a cada 2 meses. O governo avalia pagar o benefício todos os meses ou dobrar o valor da parcela bimestral. Cerca 5,68 milhões de famílias são beneficiárias do vale-gás. Mas há um problema: o valor de R$ 53 não banca nem metade do preço do botijão de gás.

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