Apoie o DCM

Com medo de Bolsonaro, Moro escala aliado na PF para ‘bater’ nos governos estaduais

Ministro Sérgio Moro, Justiça e Segurança Pública. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Da coluna de Guilherme Waltenberg no Metropoles:

Antes mesmo de o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, falar com a sua equipe após o presidente Jair Bolsonaro sugerir o desmembramento da pasta, seus assessores reagiram. Os termos “surpresa” e “mal-estar” dominaram as rodas de bate-papo.

Moro, popular com a opinião pública, é igualmente querido pelos seus subordinados. Ao menos pela maior parte deles. Em conversas em off – termo que, no jargão jornalístico, quer dizer que uma fonte revela informação sob a condição de não expor o seu nome – funcionários do ministro destacaram que Moro chegou à pasta abatido. Porém resoluto. (…)

Mas Moro tem aprendido a brigar. E sabe em quem pode bater. Por isso não mirou no presidente nem na primeira família. Mirou nos estados.

Alvo de críticas dos governos do Distrito Federal e da Bahia – ambos têm policiais federais na secretaria de Segurança –, o ex-juiz determinou a Maurício Valeixo, diretor da PF, que pedisse de volta os servidores cedidos aos estados. Ambos assinaram a lista propondo a divisão do ministério. Por trás das atitudes, Moro deixa um recado. Aceitou o cargo de superministro, não de miniministro.