Com medo de impeachment, Bolsonaro manda caçar aliados de Mourão

Jair Bolsonaro nunca confiou em Hamilton Mourão.
Quando candidato à presidência, o ex-capitão foi vítima de atentado à faca, deu ordens do leito do hospital para que o filho Eduardo Bolsonaro assumisse a campanha de modo a impedir o protagonismo do general. Já no governo, por razões que só ele conhecia, passou a acreditar que o vice queria derrubá-lo e chegou a desconfiar que o general grampeava suas conversas no Palácio da Alvorada.
Agora, as suspeitas presidenciais começam a transbordar para além do território de Hamilton Mourão, desde o início do governo confinado ao Anexo II do Palácio do Planalto.
A revelação feita pelo site “O Antagonista” de que Ricardo Roesch, chefe da assessoria parlamentar do general, teria abordado o chefe de gabinete de um deputado pelo Whatsapp para discutir a possibilidade de impeachment do presidente não chocou Bolsonaro pelo seu valor de face.
Até pela precariedade do método, ninguém acredita que o assessor tenha agido a mando do chefe (Roesch foi demitido por Mourão na sexta-feira; ele nega ter escrito as mensagens e afirma ter tido seu celular “hackeado”). (…)