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Com medo de impeachment, Bolsonaro manda caçar aliados de Mourão

Da coluna de Thaís Oyama

Hamilton Mourão ao lado de Bolsonaro: atual vice com relativa frequência expressa opiniões diferentes das do bolsonarismo.| Foto: Bruno Batista /VPR

Jair Bolsonaro nunca confiou em Hamilton Mourão.

Quando candidato à presidência, o ex-capitão foi vítima de atentado à faca, deu ordens do leito do hospital para que o filho Eduardo Bolsonaro assumisse a campanha de modo a impedir o protagonismo do general. Já no governo, por razões que só ele conhecia, passou a acreditar que o vice queria derrubá-lo e chegou a desconfiar que o general grampeava suas conversas no Palácio da Alvorada.

Agora, as suspeitas presidenciais começam a transbordar para além do território de Hamilton Mourão, desde o início do governo confinado ao Anexo II do Palácio do Planalto.

A revelação feita pelo site “O Antagonista” de que Ricardo Roesch, chefe da assessoria parlamentar do general, teria abordado o chefe de gabinete de um deputado pelo Whatsapp para discutir a possibilidade de impeachment do presidente não chocou Bolsonaro pelo seu valor de face.

Até pela precariedade do método, ninguém acredita que o assessor tenha agido a mando do chefe (Roesch foi demitido por Mourão na sexta-feira; ele nega ter escrito as mensagens e afirma ter tido seu celular “hackeado”). (…)