Com saída de cubanos: adesão ao Mais Médicos cria déficit no SUS
Reportagem de Fabiana Cambricoli e Marianna Holanda no Estado de S.Paulo informa que um terço dos brasileiros inscritos para substituir os cubanos no Mais Médicos abandonou vagas em seus postos de saúde de origem para atuar no programa federal. Com isso, foi criado um déficit de 2.844 profissionais em outras localidades, segundo mapeamento apresentado nesta quinta-feira, 29, pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
No programa federal, eles têm bolsa de R$ 11,8 mil e auxílio mensal para pagamento de aluguel, alimentação e transporte. Nas prefeituras, o salário geralmente fica abaixo de R$ 10 mil. Minas é o Estado que mais perdeu profissionais do ESF para o Mais Médicos – 420 doutores que deixaram seus cargos nas prefeituras para vagas em outras cidades ou Estados. Segundo o Conasems, o problema fica ainda mais grave se contabilizados todos os médicos que saíram de cargos do Sistema Único de Saúde (SUS) – e não só do ESF – para ocupar postos do Mais Médicos. O novo edital só está “trocando o problema de lugar”, diz Mauro Junqueira, presidente do órgão, completa o Estadão.