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Com Tarcísio na mão e força no Congresso, Kassab dá as cartas em SP

Gilberto Kassab de camisal social branca e terno preto sorrindo
Gilberto Kassab (PSD) – Reprodução/Instagram

Após se manter neutro na eleição presidencial deste ano, o PSD, partido comandado pelo ex-ministro Gilberto Kassab, conseguiu sair ganhando: manteve forte sua bancada no Congresso, elegeu dois governadores e terá o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos, que se elegeu junto a Tarcísio de Freitas (Republicanos). A sigla ainda aposta na composição da base de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em julho, Kassab anunciou que seu partido ficaria neutro na disputa presidencial, mas lançou dez candidaturas próprias para o governo, levando apenas duas: no Paraná e em Sergipe, com Ratinho Júnior e Fábio Mitidieri, respectivamente. Mesmo assim, além da coligação vitoriosa que compôs em São Paulo, se saiu bem também em estados como Bahia, Rio Grande do Sul e Paraíba.

Nas eleições para o Legislativo, o PSD praticamente manteve o tamanho atual. No Senado, terá 11 integrantes, se consolidando como a segunda maior bancada da Casa, atrás apenas do PL. Já na Câmara, a legenda ficará com 42 deputados, quatro a menos que os dias atuais, mas mesmo assim sendo a sexta maior.

Ao UOL, o cientista político Rodrigo Prando, professor na universidade Mackenzie, disse que é no Senado que Kassab terá seu maior poder de barganha com o governo Lula. “Essas cadeiras do PSD, que são mais de 10% do Senado, são essenciais para evitar problemas para o Lula na Casa. O Senado tem alguns nomes fortes no bolsonarismo, que podem ser uma oposição mais intransigente, e esses senadores do PSD podem balancear isso um pouco”, explicou o especialista.

O presidente do PSD deve se reunir com o petista na próxima terça-feira (8). À mesma publicação, ele demonstrou que dá como certo um convite para compor a base de governo do Lula e afirmou que vai “examinar” a proposta. “Nós temos uma realidade: o PSD teve uma parcela muito expressiva que apoiou o presidente Lula. E existe sim da minha parte, pessoalmente, [a perspectiva] de que havendo esse convite do PT, e haverá na semana que vem, nós deveremos sim examinar”.

Kassab também não esconde que a soma do PSD ao governo passa pelo apoio do presidente eleito à reeleição de Rodrigo Pacheco na presidência do Senado, em fevereiro de 2023. “Com certeza passará. Eu não vejo por que o governo do presidente Lula teria interesse em criar alguma disputa no Senado. É uma Casa pacificada. E a relação do presidente, e muito possivelmente do nosso partido com o governo, será tranquila, possivelmente até como partido da base”, aponta.

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