Do Estadão:
Dos três comandantes militares, apenas o do Exército, general Edson Leal Pujol, está decidido a sair do governo em qualquer circunstância. Os comandantes da Marinha, Ilques Barbosa, e da Aeronáutica, Moretti Bermudes, vão também entregar os cargos formalmente, mas a permanência deles nos cargos depende da conversa e da reação do novo ministro da Defesa, general Braga Netto.
Pujol reuniu o Alto Comando do Exército na segunda-feira à noite e os três comandantes vêm discutindo cenários desde que o presidente Jair Bolsonaro demitiu o seu velho amigo Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa – ou “pediu o cargo”, no linguajar de Brasília. Nesta terça-feira, 30/3, os três têm encontro com o ministro que sai e com o ministro que entra.
Eles apoiam a postura do general Fernando, de impor limites ao envolvimento das Forças Armadas na política, mas conhecem e elogiam o sucessor Braga Netto e não acham que ele possa “ultrapassar limites”. A intenção dos três comandantes é deixar claro que não darão um passo que possa contrariar a Constituição ou caracterizar ingerência nos outros Poderes, o Judiciário e o Legislativo.
Assim, a bola está com Braga Netto e tudo depende de como evoluir a conversa. Pujol está fora, tanto por vontade própria quanto por decisão de Bolsonaro, que vem acumulando divergências com o comandante do Exército desde que ele disse, no ano passado, que “a política não pode entrar nos quartéis”. Esse é um dos grandes mandamentos militares em regimes democráticos, mas Bolsonaro não gostou.
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