Apoie o DCM

Comerciantes de Bauru criam manual para enfrentar fiscais da vigilância anti-covid

Suéllem Rosim e Luciano Hang em manifestação contra João Doria em Bauru – Reprodução/Instagram

Da Coluna Painel de Camila Mattoso na Folha de S.Paulo.

Os comerciantes de Bauru (a 330 km de São Paulo) criaram um manual com instruções sobre como enfrentar os fiscais da vigilância sanitária anti-Covid.

LEIA – Justiça impede prefeita bolsonarista de relaxar medidas contra covid em Bauru

Entre as dez instruções estão chamar amigos para dificultar a entrada dos fiscais nas lojas, perguntar aos fiscais por que o trabalho deles é permitido e o comércio é proibido, recusar-se a assinar qualquer documento, perguntar aos PMs que acompanham as ações se eles vão prender um trabalhador em busca do sustento, entre outras (veja abaixo).

LEIA MAIS – Com prefeita bolsonarista e negacionista, Bauru ignora fase vermelha e tem falta de leitos para Covid

A iniciativa batizada como Reage São Paulo tem como líder Walace Sampaio, presidente do sindicato dos comerciantes (Sincomércio) de Bauru. O manual tem sido compartilhado principalmente via WhatsApp.

(…)

Veja abaixo as regras do chamado “Manual de orientação para enfrentar a fiscalização” elaborado pelo movimento de comerciantes de Bauru.

1 – Quando receber a fiscalização, é importante que esteja com o cartaz do art. 5° da Constituição, visível em sua loja.

2 – Se possível, receba a fiscalização ainda na calçada, chame seus amigos, vizinhos e familiares para ficarem ao seu lado, dificultando a entrada dos fiscais. Já que eles querem sua loja fechada, não tem o que fazer dentro dela.

3 – Converse com os fiscais. Diga que você está defendendo o sustento da sua família e o seu direito constitucional ao trabalho honesto, seguindo todas as medidas de segurança necessárias. Tenha a mão o seu Check List e exiba ao fiscal.

4 – Pergunte ao fiscal porque o seu trabalho é proibido e o dele é permitido. O vírus ataca de forma diferente você e ele?

5 – Pergunte se o sustento da família dele sai do seu trabalho e porque ele quer impedir você de fazer o mesmo, sustentar sua família.

6 – Você não é obrigado assinar nada o que lhe for apresentado. Recusar-se a assinar é um direito que você tem.

7 – Mantenha a calma, haja com firmeza, sem violência e, se for autuado ou receber um auto de constatação, encaminhe imediatamente ao REAGE SÃO PAULO, por Whatsapp, para sua defesa.

8 – Se os fiscais estiverem acompanhados por policiais militares, pergunte a eles se vão fechar a loja e proibir o seu trabalho ou prender um trabalhador que usa seu direito constitucional para levar alimento para sua família e a de seus colaboradores.

9 – Temos certeza que, nenhum membro da gloriosa Polícia Militar irá deter um chefe de família que está tentando trabalhar.

10 – Se ainda assim, o policial quiser detê-lo e conduzi-lo para a delegacia, vá tranquilamente, comunique ao REAGE SÃO PAULO, que disponibilizará um advogado voluntário para defendê-lo.