Comissão da Anistia indeniza filhos que viram mãe ser torturada por Ustra, ídolo de Bolsonaro

Na última quarta-feira (28), a Comissão de Anistia decidiu indenizar os filhos de Maria Amélia de Almeida Teles, torturada na época da Ditadura Militar. As agressões contra Maria teriam sido chefiadas pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto em 2015, um dos principais torturadores do regime.
A decisão foi aprovada por Eneá de Stutz e Almeida, presidente da comissão. Janaína Almeida Teles e Edson Luiz de Almeida Teles, são os filhos de Maria Amélia, conhecida como Amelinha Teles. Após a votação do julgamento que concedeu a reparação financeira, Eneá fez o pedido de desculpas em nome do Estado brasileiro à família Teles.
Ustra é idolatrado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que expressou sua admiração pelo criminoso em várias ocasiões.
Em 2016, quando Bolsonaro era deputado federal, ele dedicou seu voto pelo impeachment de Dilma Rousseff ao coronel, chamando-o de “o pavor de Dilma Rousseff”. Ex-guerrilheira que lutou contra o regime militar, Dilma foi presa e torturada no DOI-CODI, em São Paulo, nos anos 1970, quando a delegacia era comandada por Ustra.
Janaína e Edson serão indenizados por terem assistido a mãe ser torturada no mesmo período, auge da repressão no Brasil. Amelinha foi torturada também no DOI-CODI de São Paulo.