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Como as greves das PMs impulsionaram as bancadas de extrema direita

O deputado federal Capitão Wagner durante a campanha eleitoral de 2016 – Divulgação

De João Pedro Pitombo na Folha de S.Paulo.

As greves de tropas da Polícia Militar dos últimos anos catapultaram a carreira política de policiais que chegaram a postos em Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e ao Congresso Nacional.

O Ceará, onde o senador Cid Gomes (PDT) foi baleado nesta quarta-feira (19), ao avançar com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel tomado por policiais militares que faziam motim por reajuste salarial, é o principal exemplo desta ascensão dos grevistas.

A estrela em ascensão na oposição aos Gomes e ao governador Camilo Santana (PT) no estado o deputado federal Capitão Wagner (Pros), que em 2011 e 2012 liderou um motim de seis dias da Polícia Militar. Ele foi o mais votado no estado na eleição de 2018, com mais de 303 mil votos.

Iniciada em 29 de dezembro de 2011, a mobilização foi marcada por episódios de arrastões, assaltos e depredação do patrimônio público. Motociclistas armados foram às ruas para assaltar supermercados. A Força Nacional de Segurança foi enviada ao estado.

Desde então, Wagner, 41, teve ascensão meteórica na política local: elegeu-se vereador em 2012, deputado estadual em 2014 e federal em 2018. Em 2016, foi ao segundo turno na eleição à Prefeitura de Fortaleza, pelo Partido da República, e neste ano desponta como favorito para o cargo.

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