Como era a “vida digital” de adolescentes nos anos 2000, antes das redes sociais

Quem foi adolescente nos anos 2000 certamente vivenciou rituais digitais únicos que definiram uma era pré-redes sociais. O MSN Messenger era o centro da vida social virtual, onde nicknames com letras de música, o recurso “chamar atenção” que fazia a tela tremer e a exibição da música em tempo real no Windows Media Player criavam códigos próprios de comunicação.
A internet discada exigia estratégia: adolescentes aguardavam a madrugada ou fins de semana para usar o “pulso telefônico” e evitar custos extras, enquanto o característico som de conexão ecoava pela casa, isso quando eles não reservavam horas de uso no computador em lan houses.
O Orkut dominava como rede social principal, com perfis personalizados por meio de “scraps GIFados”, comunidades temáticas e a famosa política “leio, respondo e apago”. Fora do mundo digital, adolescentes criavam CDs gravados com músicas baixadas em MP3, usando programas como Nero para “queimar” coletâneas de hip hop, emo ou pop rock, muitas vezes com capas artesanais impressas.
Câmeras digitais como a Cybershot da Sony eram símbolos de status. Após festas, seguia-se o ritual de transferir fotos para o computador, editar no Photoscape com molduras e efeitos, e publicar no Fotolog ou nos álbuns do Orkut (inicialmente limitados a 12 imagens por perfil). Essas práticas, hoje nostálgicas, representavam a expressão criativa em uma era analógico-digital única.