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Como era fazer supermercado nos anos 80: preços e embalagens que sumiram

Supermercado Disco na Avenida Suburbana, no Rio, em 1976.
Foto: José Vidal

Ir ao supermercado nos anos 80 era uma experiência bem diferente da atual. Naquela época, muitos produtos ainda eram vendidos a granel, as filas eram longas e os caixas não tinham leitores de código de barras. A inflação alta mudava os preços com frequência, e etiquetas eram coladas à mão. Além disso, propagandas de TV ajudavam a criar um vínculo emocional com marcas que hoje desapareceram das prateleiras.

Embalagens marcantes como a do leite Parmalat em caixinha azul, o sabão em pó Omo em lata e o Nescau com tampa de alumínio povoam a memória de quem viveu a época. Produtos como Toddy em lata, guaraná Taí, biscoito Skiny, sorvete Yopa e refrigerante Crush foram comuns nas compras da época. Também era comum encontrar promoções impressas em jornais e encartes distribuídos na rua.

Os comerciais influenciavam o consumo e se tornavam parte do cotidiano. Marcas como Arisco, Doriana, Bamerindus e Café Seleto apostavam em jingles que grudavam na cabeça, ajudando a fidelizar o consumidor. Muitas dessas propagandas ainda podem ser vistas no YouTube, resgatadas por canais que documentam a publicidade brasileira.

Mesmo em tempos de escassez ou racionamento, fazer compras era um ritual familiar, muitas vezes feito com dinheiro contado e cadernetas de fiado. A experiência no supermercado refletia o Brasil de então, com seus altos e baixos, e também com uma identidade própria que se perdeu com a modernização do varejo.