Como indústria do cinema reagiu à compra da Warner pela Netflix

O anúncio da compra da Warner Bros. Discovery pela Netflix, em um negócio estimado em mais de US$ 70 bilhões, desencadeou uma onda imediata de críticas de sindicatos, cineastas e concorrentes. Antes mesmo da confirmação, o acordo já era alvo de fortes objeções por supostamente ameaçar empregos, salários e a competitividade do mercado de streaming. A operação agora deve enfrentar um longo e conturbado processo regulatório nos Estados Unidos e na Europa.
Cineastas renomados manifestaram preocupação com o futuro dos cinemas. James Cameron, diretor de “Avatar”, classificou a aquisição como um “desastre” e chamou de “isca para otário” a promessa de manter lançamentos teatrais. O brasileiro Kleber Mendonça Filho defendeu a experiência do cinema, argumentando que “o streaming não pode ter o poder de acabar com a cultura da sala de cinema”. Sindicatos de roteiristas, diretores e produtores também se opuseram, alegando que a fusão eliminaria empregos e reduziria a diversidade de conteúdo.
Do lado regulatório, políticos de ambos os partidos nos EUA expressaram ceticismo. A senadora Elizabeth Warren chamou o negócio de “pesadelo antimonopólio”, enquanto o senador republicano Mike Lee afirmou que ele “levantaria sérias questões sobre competição”. A concorrente Paramount, em carta à Warner, alertou que a nova empresa teria 43% do mercado global de streaming, o que seria “presumivelmente ilegal” sob as leis estadunidenses.
