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Como nosso corpo reage ao corte completo de açúcar adicionado

Mulher comendo doces. Foto: reprodução

Eliminar o açúcar adicionado da dieta, presente em doces, refrigerantes e ultraprocessados, provoca uma série de mudanças rápidas e positivas no organismo. Segundo o médico gastroenterologista Juliano Antunes Machado, essa redução impacta diretamente a composição corporal e processos inflamatórios. “Ao parar de consumir açúcar artificial, a massa gordurosa é reduzida. A inflamação também cai, e a digestão melhora”, explica.

Entre os benefícios mensuráveis estão a redução da gordura visceral, melhora no humor após o período inicial de abstinência, aumento da disposição, e uma sensibilidade à insulina mais regulada, o que diminui o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. “O açúcar ativa nosso circuito de recompensa. Quando retiramos, o cérebro precisa se ajustar”, afirma Machado sobre a fase de adaptação.

No entanto, especialistas fazem um alerta crucial: cortar o açúcar adicionado não significa eliminar todos os carboidratos. “O sistema nervoso central usa quase exclusivamente glicose como fonte de energia”, explica o endocrinologista Bruno Geloneze, da Unicamp. A exclusão total dos carboidratos, grupo que inclui alimentos essenciais como frutas, legumes e grãos, não tem respaldo científico para emagrecimento sustentável e traz riscos.

A recomendação é que cerca de 50% das calorias diárias venham de carboidratos complexos, como arroz integral, feijão e batata. O problema, segundo os médicos, está no excesso de carboidratos simples e altamente processados ofertados pela indústria, que elevam rapidamente a glicose no sangue e contribuem para o avanço de doenças metabólicas.