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Comunidade indígena perderá 301 de seus 372 médicos com a saída de cubanos

Mais Médicos no Oiapoque, cuidando de índios

Segundo publicação da Folha, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) perderá 301 dos seus 372 médicos com o fim da participação cubana no programa Mais Médicos, ou 81% total. Para especialistas, o êxodo repentino colapsará o atendimento ao segmento da população com alguns dos piores índices de saúde do país.

Os médicos cubanos estão alocados em Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) espalhados por 19 estados. O Amazonas é o que reúne o maior número (78), seguido por Mato Grosso (35), Pará e Roraima, ambos com 26 cada um.

“Salvo por algumas terras indígenas relativamente próximas de cidades, nunca se conseguiu superar o vazio assistencial médico, em particular na Amazônia. Tal lacuna só foi parcialmente superada com a implantação do Mais Médicos. Agora, retornaremos ao nível anterior de desassistência”, afirma a médica sanitarista e antropóloga Luiza Garnelo, pesquisadora da Fiocruz no Amazonas.