Conselho de Ética rejeita suspensão de Jean Wyllys por cuspe em Bolsonaro
O Conselho de Ética da Câmara decidiu, nesta quarta-feira (5), que o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) será penalizado com a leitura de uma censura escrita, feita em plenário pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). O congressista foi acusado de quebra de decoro parlamentar depois de ter cuspido em direção ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e um grupo de adversários no plenário durante a votação da fase de admissibilidade do pedido de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 17 de abril.
O relatório de Ricardo Izar (PP-SP) havia recomendado a suspensão do mandato de Wyllys por quatro meses. Na manifestação feita ao colegiado, a Mesa havia pedido seis meses de suspensão ao deputado do Psol. Entretanto, durante a discussão sobre o parecer do deputado do PP, integrantes do colegiado defenderam que a advertência por escrito seria a solução mais adequada para resolver a questão, discordando do parecer apresentado por Izar.
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Durante a reunião desta tarde, membros do colegiado destacaram, inclusive, que o assunto não deveria ser levado ao plenário da Casa por existirem “assuntos mais importantes para serem votados”.
Izar questionou o posicionamento dos colegas: “Não existe assunto mais grave ou menos grave. Não dá para rasgar nosso Regimento Interno e ignorar que o cuspe foi quebra de decoro”, ressaltou.
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Ao se defender no processo, Jean Wyllys alegou que seu gesto foi uma reação aos insultos do parlamentar e seus pares. Homossexual assumido, Jean disse que Bolsonaro o chamou de “queima rosca” e “veadinho”, entre outros termos homofóbicos.
Desde a semana passada, deputados trabalharam para encontrar uma solução mais amena para não terem que arquivar o pedido sob a alegação de que a pena era muito alta para a baixa gravidade do ato.