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Contexto político dá o tom às fantasias na largada do Carnaval

Larissa brincará de “Balbúrdia”, ironia com o ministro da Educação, que classificou assim as universidades federais
(foto: Arquivo Pessoal)

De André Phelipe e Bruna Lima no Correio Braziliense.

O carnaval é a festa do brasileiro e, como patrimônio cultural de uma nação, é história, tradição, mas também tempo de refletir o aqui e o agora com ironia e bom humor. Não é de hoje que o contexto político dá vida de marchinhas a fantasias, suscitando o pensamento crítico sem deixar de lado o samba no pé. Em 2020 não é diferente, e os temas nacionais mais comentados recentemente são traduzidos nos adereços de muitos foliões.

Assuntos como a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre as domésticas na Disney; a defesa pela abstinência sexual da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e as críticas às universidades públicas proferidas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, se transformaram em irreverentes fantasias nas festas de pré-carnaval. Nas redes sociais, curtir a folia vestido de Cid Gomes segurando uma retroescavadeira caiu no gosto dos internautas.

A estudante de biotecnologia da Universidade de Brasília (UnB), Larissa Bittencurt, 29 anos, preparou uma tiara que ironiza posicionamentos de Weintraub diante do ensino superior público. Com a palavra escrita “Balburdia” sobre o adereço, ela fez referência ao termo utilizado, no ano passado, pelo ministro ao justificar o motivo dos cortes de verba nas universidades.

“Mostrar o que eu penso nessas festas é essencial para conscientizar. Considero que as últimas decisões do ministro representam um retrocesso para educação”, explicou a jovem, que usará o mesmo figurino todos os dias, nos blocos  da capital .

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