Convenção do PL foi um “espetáculo grotesco de inversão da lógica política”, diz Cristina Serra

Para Cristina Serra, a convenção do PL deste domingo (24) “foi um espetáculo grotesco de inversão da lógica política”. Em sua coluna na Folha de S.Paulo, a jornalista diz que é inédito alguém criticar o sistema pelo qual foi eleito.
“Deve ser a primeira vez no mundo que alguém se candidata atacando o sistema eleitoral que o elegeu e pelo qual será candidato mais uma vez”, afirma.
Cristina ainda diz que o evento não era somente do partido de Jair Bolsonaro, mas “também do Centrão”. “Lá estavam os expoentes dos partidos que formam a base de apoio do governo e que compõem a facção política mais corrupta de que se tem notícia no Brasil contemporâneo”, aponta.
“Só faltou Bolsonaro se ajoelhar aos pés do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), operador do orçamento secreto e arquivista de pedidos de impeachment, que garante as noites de sono no Palácio da Alvorada”, prossegue.
Ela diz que a presença do presidente da Câmara “é um endosso explícito ao projeto golpista do presidente”.
“Lira é tão pernicioso quanto Bolsonaro para a democracia. Sob seu comando, a Câmara exala o mau cheiro das substâncias em estado de decomposição. Lira é parte do golpe, qualquer que seja o modelo de ruptura que vier a ser tentado pelo demente do Planalto”, acrescenta.
A jornalista ainda diz que Augusto Aras, o procurador-geral da República, é o “terceiro pilar da insânia golpista”. “Os três degradam as instituições que representam”, afirma.
“No show de horrores que foi a convenção, quase a cerimônia de uma seita, o presidente fez um apelo aos seus seguidores para que ocupem as ruas no 7 de Setembro pela ‘última vez’. Assim será. Bolsonaro perde força e será escorraçado em outubro pelas urnas que tanto teme”, conclui.
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