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Coração de atleta bate mais devagar; entenda por que isso é sinal de saúde

Atleta Ricardo Mendonça. Foto: Douglas Magno/CPB

Atletas profissionais e amadores com bom condicionamento físico costumam apresentar uma frequência cardíaca de repouso mais baixa que a média da população. Enquanto valores entre 60 e 100 batimentos por minuto (bpm) são considerados normais, indivíduos muito bem treinados podem registrar entre 30 e 50 bpm, sem que isso represente um risco à saúde. Essa condição, chamada de bradicardia sinusal fisiológica, reflete um coração mais eficiente, resultado direto do treinamento aeróbico intenso.

De acordo com especialistas, esse tipo de bradicardia ocorre por modificações no sistema nervoso autônomo e na estrutura cardíaca. O nervo vago, por exemplo, atua como um “freio natural”, reduzindo a frequência dos batimentos sem comprometer a força de bombeamento do coração. Além disso, a prática regular de exercícios promove uma hipertrofia saudável do ventrículo esquerdo, aumentando a capacidade cardíaca de forma segura.

Para o atleta, essa adaptação oferece vantagens importantes: o coração precisa bater menos vezes para suprir o corpo com sangue e oxigênio, o que melhora a resistência física e reduz o desgaste cardíaco. Em repouso, o coração “descansa” mais e, durante o esforço, tem maior margem para acelerar, permitindo um desempenho mais eficiente em treinos e competições.

Por outro lado, uma frequência cardíaca baixa pode ser preocupante quando não está ligada à prática esportiva. Em casos sem relação com o condicionamento físico, a bradicardia pode indicar problemas como bloqueios cardíacos, hipotireoidismo, apneia do sono ou efeitos colaterais de medicamentos. Sintomas como tontura, fadiga ou desmaios devem ser avaliados por um cardiologista.