Coreia do Sul quer proibir consumo de carne de cachorro; ameaça de produtores assusta

Produtores de carne de cachorro na Coreia do Sul mobilizaram-se em Seul em 30 de novembro para protestar contra a possível proibição do consumo desse tipo de carne no país. O Partido do Poder do Povo e o Partido Democrático da Coreia apresentaram recentemente dois projetos de lei que visam proibir a produção, venda e compra de carne de cachorro.
Cerca de 200 fazendeiros, proprietários de restaurantes e outros profissionais do setor protestaram em frente ao prédio do gabinete presidencial, enfrentando repressão por parte das forças de segurança. Joo Young-bong, presidente da Associação de Produtores de Carne de Cachorro da Coreia, ameaçou soltar dois milhões de cães em Seul, próximos a prédios públicos e residências de políticos, como forma de resistência.
As propostas para proibir o consumo de carne de cachorro contam com o apoio da primeira-dama sul-coreana, Kim Keon-hee, que, juntamente com o presidente Yoon Suk Yeol, é proprietária de seis cães e se opõe a esse hábito. Os projetos do Partido do Poder do Povo e do Partido Democrático da Coreia, respaldados por uma base bipartidária, sugerem penas de detenção de 3 a 5 anos e multas a partir de R$ 114 mil para quem estiver envolvido na produção, venda ou consumo de carne de cachorro.
De acordo com dados da Coreia do Sul, o país possui aproximadamente 1,1 mil fazendas, 1,6 mil restaurantes e 34 casas de abate especializadas na produção de carne de cachorro. A Associação de Produtores de Carne de Cachorro da Coreia estima que existem atualmente 1,5 milhões de cães em criação.
*Com informações do jornal O Globo