Coronavírus ameaça desfiles de moda em Paris

De Pedro Diniz na Folha de S.Paulo.
Uma nuvem espessa estacionou em Paris agora que começaram os desfiles mais importantes da temporada internacional de outono-inverno 2021. Os temores de que o coronavírus mudaria a paisagem da capital francesa agora parecem fazer sentido no atual retrato do passado recente, quando salas de desfiles, ruas e lojas pareciam pequenas para tantos clientes e profissionais de moda chineses. Impedidos de viajar, eles sumiram.
Mesmo a garoa persistente, a sensação térmica de 1.C e o engarrafamento angustiante, comuns a esta época do ano, não explicariam a um desavisado a baixa aderência dos fotógrafos de streetstyle, o sumiço das blogueiras asiáticas e a predominância de línguas latinas no furdunço pré-desfile.
Todo esse desarranjo parecia chuva passageira, mas virou tempestade no domingo (23), quando Giorgio Armani cancelou seu desfile horas antes do horário marcado e transmitiu pela internet o vaivém de modelos gravado em uma sala vazia –logo após o governo italiano limitar o acesso a cidades do norte italiano devido ao aumento no número de infecções e mortes causadas pelo vírus.
O espaço montado pela Christian Dior, primeira grande grife a desfilar nesta semana parisiense, estava lotado, mas dentro da caixa gigantesca construída no meio do Jardim das Tulherias era notório o desequilíbrio étnico dos convidados, mais ocidentais do que nunca.
(…)