Coronel que orientou relatório fraudulento sobre urnas se cala após acusações de Delgatti

O coronel do Exército Marcelo Nogueira, responsável por coordenar um relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas no ano passado, não se manifestou sobre as acusações de Walter Delgatti Neto.
Durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro na última quinta-feira (17), o hacker disse que orientou a elaboração do documento. “Tudo isso eu repassei a eles [militares] consta no relatório que foi entregue ao TSE. Eu posso dizer hoje que, de forma integral, aquele relatório tem exatamente o que eu disse, não tem nada menos e nada mais”, afirmou Delgatti.
Questionado se o hacker orientou o grupo, Nogueira disse à coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, que é da ativa e “não tem autorização para falar”.
Três meses antes da eleição, o militar propôs ao Senado uma “votação paralela” em cédulas de papel no dia do pleito. Em novembro, o grupo coordenado pelo coronel enviou o relatório, que não apontou falha alguma no sistema eleitoral, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).