Corredor da morte na Indonésia tem avó britânica e mais um brasileiro
A execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira e de outros cinco prisioneiros no sábado na Indonésia causou consternação e protestos. Porém, outro efeito mais imediato foi atingir em cheio as esperanças dos mais de 100 prisioneiros que estão no “corredor da morte”.
Em especial os detentos vindos de países ocidentais, depois de Archer se tornar o primeiro caso de prisioneiro oriundo deste hemisfério a ser punido com a pena capital.
Há diversas nacionalidades representadas no contingente de prisioneiros à espera da execução na Indonésia, incluindo outro brasileiro, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 39 anos. E a lista é diversa ao ponto de incluir uma avó: a britânica Lindsay Sandiford.
Aos 58 anos, ela está na prisão desde 2012, quando foi apanhada no aeroporto de Jakarta com quase 5kg de cocaína escondidos numa mala – a mercadoria estava avaliada em mais de R$ 6 milhões.
Sandiford alegou ter sido coagida a transportar a droga para a Indonésia depois de seus filhos sofrerem ameaças. Ela tem dois netos.
As autoridades indonésias, no entanto, não se sensibilizaram com os argumentos e a britânica foi condenada à morte em 2013.
Tal decisão causou polêmica porque Sandiford participou de uma espécie de delação premiada e colaborou com a polícia numa operação em que integrantes da gangue de traficantes com quem ela trabalhou foram presos.
Ainda não há data marcada para a execução da britânica, mas já se sabe que nas próximas semanas mais ocidentais serão executados, entre eles dois australianos acusados de tentar traficar heroína na Indonésia.
Integrantes de uma gangue apelidade de “Os nove de Bali”, Myuran Sukumaran e Andrew Chan tentam que sua pena seja mudada para 30 anos de prisão, mas Sukumaran já teve seu pedido de clemência negado pelo presidente indonésio, Joko Widodo.
Eleito com uma plataforma de “tolerância zero” com o tráfico de drogas, Widodo anunciou em dezembro que não estava disposto a fazer concessões em casos judiciais envolvendo este crime. Uma decisão com respaldo popular no país.
SAIBA MAIS