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Corregedor é alvo de representação no CNJ sob acusação de apologia ao nazismo

Corregedor-geral de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Bernardo Moreira Garcez Neto Foto: Divulgação/Amaerj

Da Coluna de Bela Megale no Globo.

Uma representação protocolada na sexta-feira (27) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) acusa o corregedor do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), Bernardo Garcez, de apologia ao nazismo. Garcez se reuniu com Jair Bolsonaro na semana passada e concorre ao cargo de presidente da corte fluminense. Ele integra também o órgão que vai julgar a denúncia contra Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.

A representação contra o desembargador diz que ele exibe, em seu gabinete e em uma rede social, imagens com referências nazistas. Procurado, Garcez disse que as fotos são ligadas à origem de sua família e que não teve conhecimento dessa representação. Questionou ainda se a “suposta informação não seria apenas um boato para prejudicar sua candidatura”. A eleição no TJ-RJ acontece na próxima segunda-feira (30).

A representação contra o corregedor é assinada pelo advogado Sebastião da Costa Val. Federações israelitas do Brasil também estão em contato com o advogado Daniel Gerber e estudam se ingressarão no caso. Ainda não houve decisão do CNJ se órgão vai abrir um processo disciplinar contra Garcez.

O documento de Costa do Val aponta duas referências ao nazismo envolvendo o desembargador. A primeira é a existência da imagem de uma águia em seu gabinete que seria “inspirada” na águia da suástica nazista, segundo a acusação. A segunda é a foto do marechal August Von Mackensen, líder militar da Primeira Guerra Mundial, que Garcez usa em seu perfil do Whatsapp. Segundo a acusação, Mackensen tem em seu chapéu uma Totenkopf, “símbolo é associado ao uso das forças SS nazistas durante a Segunda Guerra”.

Bernardo Garcez nega as acusações. Por meio de sua assessoria, disse que as imagens são uma referência às origens da sua família. Ele afirma ser “descendente de pastores luteranos prussianos que imigraram para o Brasil na década 1840 e serviram a família real da Prússia”. A nota diz que ele é um “admirador de história” e que “jamais participou nem apoiou nenhum movimento político nem ideológico”. O corregedor diz ainda que tem em seu gabinete, “com maior destaque”, um retrato Winston Churchill, “político e estadista britânico famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial contra os Nazistas”, e outro de Napoleão Bonaparte.

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