Covid: Ex-ministro Nelson Teich reitera necessidade do governo ajudar os mais pobres a manter isolamento

De Nelson Teich no Instagram:
Sobre as respostas obtidas à partir das perguntas da Pesquisa1, na última 4a feira, é importante colocar que os resultados encontrados refletem a realidade apenas do grupo que respondeu. Uma importante questão é o quanto esses números podem ser extrapolados para a população brasileira.
A primeira resposta mostra que 58% das pessoas são usuárias do SUS. O Brasil, hoje, tem uma população projetada de quase 212 milhões, sendo que 47 milhões têm acesso a saúde suplementar. Esses números mostram que, no Brasil, 78% da população depende exclusivamente do SUS. Essa diferença de 20% entre os números brasileiros e os da pesquisa, mostra que, provavelmente, a parte menos favorecida da sociedade não está representada de forma adequada, no grupo que respondeu o questionário. Isso leva a interpretação de que alguns números mostrados pelo questionário são subdimensionados. Um exemplo são as respostas referentes ao número de pessoas que tem problemas para ficar em casa, sem sair para trabalhar, que no questionário já foi grande, cerca de 61%. Essa proporção deve ser ainda maior nas classes sociais menos favorecidas. Isso é realçado quando mesmo a maioria das pessoas tendo respondido que acha importante permanecer em casa, a mesma maioria também diz que não consegue permanecer em casa. É necessário que os governantes ofereçam condições e soluções para que essas pessoas menos favorecidas, possam seguir as políticas construídas com base no distanciamento social.
As dificuldades econômicas e sociais vão fazer com que seja cada vez mais difícil implementar políticas radicais de distanciamento do tipo o Lockdown. Mais importante do que orientar e implementar as medidas de distanciamento é encontrar a solução para saída dele. Isso se torna mais crítico quando não existe uma hora clara para que a situação atual da Covid-19 seja resolvida. É possível que precisemos conviver com a Covid-19 por um tempo longo e não ter uma estratégia para a retomada de uma vida menos restritiva vai ser um problema cada vez maior.
Continuarei a falar sobre o resultado da pesquisa nas próximas postagens. Pare rever o resultado da pesquisa na íntegra, veja Pesquisa1, no destaque dos stories.
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