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Cresce a pressão para transformar Bolsonaro em vilão do mundo após a eleição de Biden, diz especialista

Da Rede Brasil Atual:

Biden e Bolsonaro

O início do governo de Joe Biden tem sido coerente com seus compromissos de campanha.

(…) Em política externa, o democrata adota o tom do chamado multilateralismo, recolocando os Estados Unidos como interlocutores ativos no Acordo de Paris e em organismos como Nações Unidas e Organização Mundial da Saúde.

Como noticiou o The New York Times na quinta-feira (4), Biden anunciou o fim do apoio do país à campanha militar da Arábia Saudita no Iêmen. Por outro lado, o tom com que o democrata se refere a Rússia e China permanece duro.

(…) Obviamente, os Estados Unidos sob Biden vão continuar a defender o lema “America first“. Mas os democratas no mundo e, dentro do país, as “minorias” (negros, latinos, mulheres) comemoram o ressurgimento dos parâmetros “normais”.

“É um alívio ver a volta do bom senso e voltar a ter esperança de um mundo sem as ‘baixarias’ para as quais Trump apelou e Bolsonaro apela”, diz Thomas Heye, do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF).

(…) A questão ambiental – tema fundamental de sua campanha – é outro ponto em que Biden vai investir pesado, politicamente. E aí entra o Brasil. Por exemplo, sob a gestão Biden, os Estados Unidos projetam a adoção de políticas contra a importação de produtos brasileiros provenientes de desmatamento ilegal.

A pressão contra a “política” ambiental do governo Bolsonaro e seu ministro Ricardo Salles não é, de resto, apenas norte-americana.

“Há uma orquestração da campanha contra o grande vilão ambiental, que hoje é o Brasil”, observa Heye.

Outros líderes, como o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, não só fazem parte da “orquestração” contra o “vilão ambiental” como querem distância de Bolsonaro.

“Seríamos eleitos o grande vilão internacional, o vilão favorito do mundo. Biden não está sozinho. Macron também tem torpedeado Bolsonaro. Merkel, aliás, se recusa a entrar no mesmo recinto em que Bolsonaro estiver. Ela não quer que alguém tenha nem a chance de fazer uma foto dela sequer perto de Bolsonaro”, constata o professor da UFF.

(…)