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Cresce número de pessoas que desistem de Portugal e querem voltar pro Brasil

De Ricardo Ribeiro no UOL.

Após perder o emprego em Pernambuco, o engenheiro civil Daniel (o nome foi alterado a pedido dele), 32, decidiu fazer o mesmo caminho de pelo menos 85 mil brasileiros que, atraídos pelas perspectivas de estabilidade financeira e de segurança, adotaram Portugal como casa. Mas as coisas não saíram como ele imaginava. “Você lê muita coisa por aí e vê tanta gente vindo, que acredita que vai ser fácil. Mas a realidade é diferente”, disse ao UOL.

Sem conseguir exercer a profissão e com dificuldades até para comprar comida, Daniel prepara-se para integrar outra estatística, também em expansão: a de brasileiros que pedem ajuda para voltar para o país de origem.

Nos últimos cinco anos, o Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração (Árvore), ligado à Organização Internacional para Migrações (OIM) e ao governo português, financiou a viagem de volta de 1.639 brasileiros.

Apesar de corresponderem a 20% dos estrangeiros morando em Portugal, os brasileiros respondem por 86% dos pedidos de auxílio para voltar para casa. Após ter o benefício concedido, o imigrante fica impedido de entrar em Portugal por três anos.

Em 2013, no auge da crise econômica portuguesa, registrou-se pico de concessão desse tipo de ajuda para brasileiros: 593 viagens pagas. O número diminuiu nos anos seguintes, mas, de 2017 para cá, mostra tendência de aumento: foram 222 embarques de janeiro a junho de 2018, aproximando-se dos 232 retornos financiados em todo ano passado.

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Bandeira de Portugal. Foto: fdecomite/Flickr/Creative Commons