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Criadora da série sobre Marielle diz que José Padilha “se arrependeu” do apoio a Moro

Antonia Pellegrino
Imagem: Reprodução Facebook

Da Coluna de Maurício Stycer no UOL.

O anúncio de que a Globoplay vai produzir uma série de ficção sobre a vida e o assassinato de Marielle Franco, criada por Antonia Pellegrino e dirigida por José Padilha, provocou perplexidade e revolta em alguns ambientes culturais.

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Conversei com Antonia Pellegrino no sábado (07) sobre estas críticas. Primeiramente, ela registrou que a família de Marielle bem como Mônica Benício, a viúva da vereadora assassinada, apoiam o projeto.

Em seguida, Antonia lembrou que, em 1º de abril de 2018, escreveu na Folha um artigo classificando “O Mecanismo” como “um panfleto fascista”. “Não mudei de opinião”, diz ela.

Mas Padilha se arrependeu do tratamento que deu a Moro na série. Em 16 de abril de 2019 publicou na Folha um artigo no qual afirma que o pacote contra o crime apresentado pelo ministro da Justiça do governo Bolsonaro beneficiava as milícias.

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Esta ruptura de Padilha com Moro é lembrada por Antonia como um fato importante. “Sou progressista e não-punitivista. Ele se arrependeu. As pessoas erram. E não acho que seja um erro suficiente para a gente cancelar uma pessoa”.

A criadora do projeto de série sobre Marielle Franco lembra, ainda, que Padilha já fez um filme sobre o poder das milícias e suas ramificações políticas (“Tropa de Elite 2”) e, em consequência, sofreu uma tentativa de sequestro e se mudou com a família para o exterior.

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