Cristãos sionistas substituem judeus de esquerda no apoio à ofensiva israelense

Da Folha:
“Não temos melhores amigos do que os cristãos que apoiam Israel pelo mundo.”
A frase, do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, repetida diversas vezes nos últimos anos, sinaliza um fenômeno que tem o Brasil como um dos maiores exemplos: a aliança entre cristãos sionistas e judeus conservadores.
Para alguns pesquisadores, os cristãos que apoiam Israel se tornaram mais “irmãos” para o atual governo israelense do que os judeus progressistas.
É o que acredita o historiador brasileiro Leonel Karaciki, doutorando da Universidade Ben-Gurion em Beer Sheva (Sul de Israel). Para ele, prova desse movimento é o fato de que o governo Netanyahu passou a dar atenção a cristãos pró-Israel, como evangélicos pentecostais no Brasil e na África, e a deixar em segundo plano judeus da diáspora que criticam o país.
“O apoio político desses cristãos sionistas é [visto como] muito mais importante e cria muito mais frutos para Israel do que ter que lidar com uma comunidade judaica que não necessariamente aprova o atual governo”, explica o pesquisador.
Para os cristãos sionistas, Israel (na verdade, um Israel bíblico imaginário) possui um papel religioso fundamental como parte da profecia de que só quando os judeus voltarem a Sião (Jerusalém) e reconstruírem o Templo de Salomão, será aberto o caminho para a volta de Jesus Cristo e o fim dos tempos.
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