Culpa dos problemas com o Blocão é de Mercadante, diz revista
A revista Época coloca no operador político do governo, Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, boa parte da responsabilidade pelas dificuldades que o governo está enfrentando com o chamado “Blocão” – 260 deputados que se sentem maltratados pelo governo.
A revista cita uma reunião de Mercadante com os deputados que deveria, teoricamente, acalmar os ânimos.
Mas não foi bem assim.
“Há mais partidos do que ministérios. Não tem lugar para todo mundo”, disse Mercadante, na reconstituição da revista. “Não estamos precisando de mais gente. A Dilma tem 47% das intenções de voto. O Aécio e o Eduardo Campos não sobem. Isso (receber ministérios e verbas de emendas ao Orçamento) é irrelevante. O que reelegerá vocês é tirar foto ao lado da presidente Dilma. Ela é quem será o cabo eleitoral de vocês.”
Os deputados “seguraram o riso”, de acordo com a revista. “A reunião se tornara um desastre.”
O líder do PMDB e do Blocão, Eduardo Cunha, então se manifestou: “Quando o governo ia ao chão, nas manifestações de junho, todos nesta mesa ajudaram a dar estabilidade a Dilma no Congresso”, disse. “Fomos leais e, em troca, recebemos todo tipo de traição. Não queremos cargos na reforma. Não nos adianta. Não dá mais tempo. As eleições já estão aí.”
No dia seguinte à reunião com Mercadante, os rebelados se reuniram no apartamento de Cunha, sempre segundo a revista: “Combinaram ali algumas táticas. O grupo não terá um líder. A cada encontro, sempre às terças-feiras, o anfitrião conduzirá a conversa e, ao final, será escolhido um porta-voz para comunicar as decisões. É uma maneira de evitar que uma eventual pressão recaia sobre apenas uma pessoa.”
Os deputados do Blocão, afirma a Época, acreditam que o governo Dilma trabalha para que o PT obtenha hegemonia no Congresso, elegendo 130 deputados – hoje são 87.
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