Cultivo de mirtilo cresce e pode gerar até R$ 1,5 mi por hectare

O cultivo de mirtilo (blueberry) tem se expandido rapidamente no Brasil, especialmente em estados tradicionalmente exportadores de hortifrutis. Estima-se que atualmente o país possua entre 250 e 500 hectares plantados, com uma produção anual que pode chegar a 750 toneladas. O potencial de rentabilidade é alto: produtores relatam que formatos bem manejados podem gerar até R$ 1,5 milhão por hectare, sobretudo quando os frutos são direcionados ao mercado in tact, processados ou transformados.
A viabilidade do mirtilo em regiões como Mato Grosso foi confirmada por agricultores que investem no modelo: uma área de 0,5 ha com cerca de 6.500 plantas, produzindo um quilo por planta, pode gerar aproximadamente R$ 600 mil em menos de meio hectare — evidência de que baixos volumes já podem trazer retornos expressivos. O acompanhamento técnico é fundamental, apontam especialistas, que recomendam suporte por entidades como Sebrae e Aprofir.
Além de Mato Grosso, iniciativas semelhantes estão em curso em áreas quentes do Cerrado, Nordeste (Bahia, Pernambuco, Ceará) e Norte de São Paulo. Variedades adaptadas ao clima tropical, como a ‘Biloxi’, têm possibilitado o cultivo em locais sem inverno severo. O mirtilo também tem se destacado pela diversificação de uso: além do consumo in natura, serve como base para geleias, sucos, vinhos e cosméticos, agregando valor à cadeia produtiva. Com investimentos iniciais estimados em R$ 300 mil por hectare (em insumos e irrigação), a perspectiva de retorno em menos de um ano torna o negócio atrativo ao produtor familiar.
Por fim, o avanço do mirtilo movimenta a fruticultura nacional, oferecendo novas oportunidades ao agronegócio brasileiro. A combinação de alta rentabilidade, mercados diversificados e apoio técnico indica que essa “frutinha” tem potencial para expandir sua participação no setor, consolidando-se como cultura promissora no Brasil.